Projeto desenvolvido pelo NUPES, visando a promoção da socialização, integrando
e valorizando os idosos. Ocorrendo
sempre no turno vespertino, na última terça de cada mês. Já ase tornou um marco
para essa clientela, que a cada dia cresce diante do sucesso dessa ação. Nesse
encontro foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, pois a temos por
maioria.
Foi promovida a atividade utilizando a música: “Marcas do que se foi”, solicitando-se
a formação de grupos que realizassem a apresentação da música, utilizando a
expressão corporal.
Texto produzido pelo NAAH/S, utilizado também na comemoração do Dia da
Mulher:
A equipe gestora deseja a todas as mulheres do CECR
“A luz do sol ainda não raiou na escuridade para favorecer à terra e já
estou no pé do fogão quentando a comida dos meninos. “- Vida de mulher é assim: desde
pequenininha se esforça pra vencer o medo e ir sempre além da coragem.” Vou
encarar mais um dia de labuta. A pé ou de ônibus, tenho de trabalhar para dar
uma vida melhor a meu filho. Dou um toque especial à limpeza da casa e à comida
da família. Sei cuidar de criança ou idoso como ninguém. Lavo, passo e cozinho
com a mesma desenvoltura que dirijo um ônibus. “- Quando penso no tempo, 24h é
igual a 36h. É filho, marido, casa, trabalho, escola, tudo nas costas da
gente!” Domino a arte de fazer crochê, ser frentista, gari, feirante,
ambulante, manicure, trançadeira, cozinheira, merendeira, pedreira, marceneira,
costureira, artesã, jardineira, babá e agricultora. Deixo meu filho entregue a
Deus para cuidar dos filhos de outras mulheres; para vender na feira ou até pra
labutar na roça. Fico mais tranquila porque a vizinha de vez em quando passa o
olho nele. Quando adoece, viro uma leoa; naquela hora sou apenas mãe. Enfrento
a fila do posto de saúde e até durmo na porta do hospital; finjo não perceber o
mau humor da atendente (que também é mulher) só para conseguir uma consulta
médica pra ele. Sofro muito quando meu pequeno padece doente, mas sossego
depois que o chá que lhe dei, faz efeito e vejo os olhos de meu filho brilhar
novamente. Estudar e tirar boas notas é obrigação de todo filho, mas quando meu
menino passa de ano me acabo de felicidade. Fico toda besta! Fazer o quê? Nunca
pude estudar! Por isso me mato de trabalhar pra ver um dia meu menino na
faculdade se tornando um homem de bem! Sou a mesma mulher que na década de 60
revolucionou a família. Deixei de ser apenas filha, irmã, esposa e mãe. Fui
mais uma vez à luta: queimei sutiã, fui morar sozinha, descobri a pílula
anticoncepcional, usei minissaia e sou dona do meu nariz. Sou professora,
pedagoga, assistente social, psicóloga, médica, advogada, nutricionista,
engenheira, odontóloga…
Sou mulher-doação, pois apesar de meus afazeres domésticos e
profissionais, me inquieto com o sofrimento alheio e movida em compaixão saio
do recôndito de meu lar para encher de carinho e conforto os corações mais
necessitados.
Quando sou mulher-avó protagonizo um novo fenômeno social: além de
contar histórias pro neto, levo ele pra escola, pro médico e ensino o dever de
casa. Meu dinheirinho da pensão ajuda nas despesas da família. Apesar das
dificuldades não esmoreço: faço ginástica, tecelagem, dança, artesanato,
pintura, costura, confeitaria, jardinagem, panificação, e estou sempre presente
no Parque da Melhor Idade. Sou mulher do mundo todo, mas sou da Caixa D água,
IAPI, Santa Mônica, Pau Miúdo, Liberdade, Pero Vaz, Cidade Nova, Lapinha,
Curuzu. Neste e em todos os dias, continuamos na luta por mais respeito e
valorização.”
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