segunda-feira, junho 09, 2014

Oficina de Arquivo e Ficção


 Oficina oferecida pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, em parceria com a 3ª Bienal da Bahia, a ser realizada no período de 28 de julho a 1º de agosto. É parte do grupo de ações desenvolvidas pelo núcleo Arquivo e Ficção da 3a Bienal, cujo espaço de ação é o Arquivo Público do Estado da Bahia, sob a curadoria de Ana Pato.

A oficina terá três momentos:

O primeiro será ministrado pela escritora Laura Castro e a artista visual Clara Domingas, que trabalharão com a noção de mapa-guia. Este mapa, constituído de diversos elementos gráficos e narrativos, será construído coletivamente a partir da experiência de percorrer o entorno do Arquivo Público do Estado, traçando distintos circuitos pessoais. Trabalharemos, principalmente, com a escuta de histórias orais que tratam da memória dos bairros desta região. Os trajetos acontecerão dentro de um recorte geográfico pré-determinado e tudo que for coletado no caminho - diálogos, objetos, fotografias, história oral, etc. - deverá ser ficcionalizado por cada um, no processo de construção de uma cartografia que narra experiências.

Agruparemos os diferentes repertórios e coletas individuais numa espécie de inventário coletivo. No momento final da oficina, ocuparemos com esse material diverso, um grande mapa-guia (correspondente ao recorte geográfico escolhido para os percursos). O mapa será base para nosso plano de composição, e impresso em um muro pré-estabelecido para a realização da oficina.

O segundo momento será ministrado pelo escritor e artista visual Leonardo Villa-Forte, que trabalhará com a noção de leitura como criação de um trajeto pessoal que borra as fronteiras entre leitor e autor. Uma quantidade de páginas pré-selecionas de romances e contos diferentes será distribuída para os participantes da oficina, e cada um percorrerá essas mesmas páginas à sua maneira, de modo que coletem fragmentos, os recortem e com tesouras e colas  componham um novo texto, dando um segundo uso às páginas-fonte. Assim, estaremos praticando o escrever como um gesto de fazer uma incisão sobre um objeto, tratando o texto como um corpo físico, como um médico que realiza cirurgias. Finalizado esse segundo momento, os participantes serão convidados a selecionarem páginas que toquem nos temas do arquivo e da ficcionalização, a fim de que tragam essas páginas no dia seguinte e montemos com elas o Paginário, trabalhando assim com o conceito oposto, não da leitura pessoal que constrói um percurso harmônico, mas o da disponibilização de páginas não recortadas, que deixam ao visitante a possibilidade de construir seu trajeto e fazer ou não fazer conexões por ele mesmo.

O terceiro e último momento da oficina será o momento de composição final. Ocuparemos o Mapa-guia simultaneamente à realização do Paginário, lado a lado no mesmo muro, em ação articulada. Para esta intervenção artística, usaremos técnicas como lambe-lambe e estêncil.
Leonardo Villa-Forte

Laura Castro
Clara Domingas



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Centro Educacional Carneiro Ribeiro

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