Oficina oferecida pela
Fundação Cultural do Estado da Bahia, em parceria com a 3ª Bienal da Bahia, a
ser realizada no período de 28 de julho a 1º de agosto. É parte do grupo de
ações desenvolvidas pelo núcleo Arquivo e Ficção da 3a Bienal, cujo
espaço de ação é o Arquivo Público do Estado da Bahia, sob a curadoria de Ana
Pato.
A oficina terá três
momentos:
O primeiro será ministrado pela escritora Laura Castro e a artista visual
Clara Domingas, que trabalharão com a noção de mapa-guia. Este mapa,
constituído de diversos elementos gráficos e narrativos, será construído
coletivamente a partir da experiência de percorrer o entorno do Arquivo Público
do Estado, traçando distintos circuitos pessoais. Trabalharemos,
principalmente, com a escuta de histórias orais que tratam da memória dos
bairros desta região. Os trajetos acontecerão dentro de um recorte geográfico
pré-determinado e tudo que for coletado no caminho - diálogos, objetos,
fotografias, história oral, etc. - deverá ser ficcionalizado por cada um, no
processo de construção de uma cartografia que narra experiências.
Agruparemos os
diferentes repertórios e coletas individuais numa espécie de inventário
coletivo. No momento final da oficina, ocuparemos com esse material diverso, um
grande mapa-guia (correspondente ao recorte geográfico escolhido para os
percursos). O mapa será base para nosso plano de composição, e impresso em um
muro pré-estabelecido para a realização da oficina.
O segundo momento será ministrado pelo escritor e artista visual
Leonardo Villa-Forte, que trabalhará com a noção de leitura como criação de um
trajeto pessoal que borra as fronteiras entre leitor e autor. Uma quantidade de
páginas pré-selecionas de romances e contos diferentes será distribuída para os
participantes da oficina, e cada um percorrerá essas mesmas páginas à sua
maneira, de modo que coletem fragmentos, os recortem e com tesouras e
colas componham um novo texto, dando um
segundo uso às páginas-fonte. Assim, estaremos praticando o escrever como um
gesto de fazer uma incisão sobre um objeto, tratando o texto como um corpo
físico, como um médico que realiza cirurgias. Finalizado esse segundo momento,
os participantes serão convidados a selecionarem páginas que toquem nos temas
do arquivo e da ficcionalização, a fim de que tragam essas páginas no dia
seguinte e montemos com elas o Paginário, trabalhando assim com o conceito
oposto, não da leitura pessoal que constrói um percurso harmônico, mas o da
disponibilização de páginas não recortadas, que deixam ao visitante a
possibilidade de construir seu trajeto e fazer ou não fazer conexões por ele
mesmo.
O terceiro e último
momento da oficina será o momento de composição final. Ocuparemos o Mapa-guia
simultaneamente à realização do Paginário, lado a lado no mesmo muro, em ação
articulada. Para esta intervenção artística, usaremos técnicas como lambe-lambe
e estêncil.
Leonardo Villa-Forte
Laura Castro
Clara Domingas
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